Apreciem
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Ela andava calmamente durante a noite mais escura do ano. Havia histórias sobre esse dia, o Dia do Grande Vácuo. Histórias sangrentas e macabras, crimes brutais, assassinatos que entraram para a história daquele lugar. E ela não se importava. Só andava.
Suas mãos tremiam, mas não de medo e sim de êxtase. Ela desejava aquele dia. Um sorriso doentio pairava sobre o seu rosto, enquanto caminhava na rua deserta. O vento sopra docemente e quente sobre o seu rosto, obrigando a ponta se seus cabelos chicotearem levemente a sua face. Ela queria que algo acontecesse, queria sentir o sangue quente na garganta fria. Ela para e espera... Espera pelo seu julgamento final. Olha para os lados e senta no chão denso, denso de brio e escuridão supremos. Até porque, ela não poderia voltar pra casa. Só o seu cadáver voltaria de pé, ela pensava.
A expectativa a faz morder os lábios, e afagar as mãos, que sofriam com o frio. As casas estavam trancadas e escuras, pois todos dormiam cedo, para não ouvir os gritos dos que ficam do lado de fora, dos que serão julgados naquele dia.
De repente, algo maciço acerta o seu rosto alvo. Ela cai, e sente o sangue descendo pelos cabelos, indo em direção ao chão. Ela se recupera, e sorri, desafiando a noite, querendo mais e mais. Toca o rosto, e lambe os dedos molhados e sujos de vermelho.

E então, sente seu corpo sendo alvejado por projéteis invisíveis, e seu corpo se esfarela. Mas ela não morre. Os ataques continuam vindo, até que ela vê, seus pedaços pela rua escura. Ela então entra em desespero, ela sente os braços caírem, e a dor é insuportavelmente prazerosa. Ela então lambe as feridas, sua última refeição. Mas ela não saberia que sentiria cada dobra do seu corpo desfigurado se esvair no chão, seus restos jogados às almas pagãs que viviam naquela escuridão, e se alimentariam disso. Vê suas vísceras sendo retiradas cuidadosamente de seu ventre arrebentado, e a dor era inexplicável, não havia palavras para descrever aquela sensação. E naquele momento, ela sentiu o arrependimento dos suicidas, dos mártires e das freiras, que morreram por nada, no fim. Mas ela não pode mais chorar. Nem voltar. Ela não pode mais voltar.
O choro estridente de uma cigarra anuncia a manhã quente do dia seguinte...
hahaha.. O que acharam?? Comentem
Akira-nee sama
(Inspirado em Higurashi no naku koro ni)
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